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COVID-19 E AS DOENÇAS MENTAIS
O Diretor do Programa Nacional para a Saúde Mental, Doutor Miguel Xavier, diz que um quinto dos portugueses tem perturbações psiquiátricas/psicológicas.
Não existem estudos recentes sobre os riscos psicossociais decorrentes da atual pandemia relativamente aos ex-Combatentes da Guerra do ex-Ultramar ou das ex-Colónias Portuguesas de África (Angola, Guiné-Bissau e Moçambique) e da Ásia (Goa, Damão, Diu e Timor-Leste). Mas são precisos os estudos sobre esta população alvo porque no futuro pode acontecer outra ou outras pandemias e assim os ex-militares já sabem daquilo que lhes podem acontecer.
Nos seus estádios psicológicos/emocionais da população dos ex-Combatentes de Portugal, devido ao impacto desta pandemia, sabe-se agora que houve um aumento de situações de crise por eles não se adaptarem totalmente a essa sua nova realidade. Não há saúde sem saúde mental. É preciso reforçar o apoio psicológico a estes indivíduos porque milhares deles deixaram de trabalhar (estão reformados) e também deixaram de estudar (não chega a Universidade Sénior). A ocupação dos seus tempos livres é fundamental e com esta pandemia estes não podiam sair das suas casas por ordens superiores, ou seja, dos nossos Governantes e do Ministério da Saúde.
O Doutor Miguel Xavier diz o seguinte: "A forma como está organizada uma sociedade e os apoios sociais que tem, a forma como está organizada a escola, as empresas, as instituições públicas, é absolutamente crucial para a saúde mental de uma população". Concordamos totalmente com tudo aquilo que está aqui escrito.
Dizem também os entendidos nas doenças mentais que mais de um quinto dos portugueses sofre de uma perturbação psiquiátrica (22,9%).
Portugal é o segundo país com a mais elevada prevalência de doenças psiquiátricas da Europa, sendo apenas ultrapassado pela Irlanda do Norte (23,1%).
Entre as perturbações psiquiátricas, as perturbações de ansiedade são as que apresentam uma prevalência mais elevada (16,5%), seguidas pelas perturbações do humor, com uma taxa de 7,9%.
As perturbações de controlo dos impulsos e as perturbações pelo abuso de substâncias registam taxas de prevalências inferiores, respetivamente com 3,5 % e 1,6 %.
Cerca de 4% da população adulta apresenta uma perturbação mental grave, 11,6% uma perturbação de gravidade moderada e 7,3 % uma perturbação de gravidade ligeira.
As perturbações mentais e do comportamento representam 11,8% da carga global das doenças em Portugal.
Sabemos que os Governos de Portugal reconhecem a importância dos serviços prestados pelos militares e a enorme dívida de gratidão que o nosso Portugal tem para com eles.
A Rede Nacional de Apoio aos Antigos Combatentes, do Ministério da Defesa Nacional, tem feito muito pelos ex-militares, mas é preciso continuar a dar este tipo de apoio médico, psicológico e social a todos aqueles que precisam. Com esta crise pandémica os Veteranos de Guerra também sentiram este efeito devastador para todos nós.
É preciso apoio médico, psicológico e social, permanentemente, para todos os Combatentes de Portugal oriundos principalmente da Guerra Colonial. Todos eles, sem exceção, são portadores de traumas e de perturbações, uns mais de que outros. Ninguém duvide disso. Não dizemos que eles são portadores do Stress Pós-Traumático, mas estão muito próximos disso. Quem pode dizer o contrário? São estas chagas deixadas pela Guerra que precisam de terapias individuais para combater a "Bomba" que temos nos nossos cérebros. Quando temos pesadelos levamos, irritados, a almofada ao ar e é só gritar e é só transpirar devido ao efeito dessa "Guerra Maldita". Estes problemas deixaram marcas para o resto das nossas vidas, mas com esta pandemia vai acontecer o mesmo.
A razão de ser de todos os Combatentes de Portugal, neste momento, é lutar, principalmente, pela sua saúde e dos seus familiares. O Estado Português tem a obrigação de conservar e honrar a memória dos Antigos Combatentes.
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